Na minha frente, a estrada come a vida
Se abrindo violentamente, ela passa acelerada
O vento Joga violentamente meu cabelo para trás
Lágrimas descem dos olhos, escorrendo pelo rosto
Marcado pelas rugas, sou um homem velho
Minha mulher me abraça forte pela cintura
Nossa companheira de viagem
Como uma velha resmungona
Faz ouvir seu ronco do motor
Faminta devora os km violentamente
Fazendo a estrada passar , por nossos olhos
Estamos todos nela, na minha cabeça
A trilha sonora toca, estupidamente alta
BB King violenta lucille, para meu prazer
Meu coração bate na garganta
segunda-feira, 28 de junho de 2021
Estrada
A virgindade da Vó
Certa feita a uns 5/6 anos atrás estávamos eu minha esposa Flavia Paredes meu irmão Adaovinicius Silveira Saraiva e duas das minhas irmãs a Luciara Saraiva e a Susana Saraiva e os sobrinhos todos jantando com minha saudosa mãe e na continuação fomos ver fotos antigas.
Era uma bagunça só, parecia festa na colônia, cada um queria
falar mais alto que o outro, achando o seu assunto era mais importante.
Minha mãe já com 70 e
vários e já tinha passado por uns 3 ou 4 AVC, mas estava lúcida e firme na
paçoca e diga se de passagem não era uma vózinha era uma vó raiz lá do Capão do
Leão, tirem suas conclusões...
Quando uma de minhas sobrinhas lascou:
- Vó nessa foto a senhora ainda era virgem...
A mãe dela quase desmaiou os tios ficaram mudos, a Flávia quase congelou.
Seguiu se um silêncio , minha mãe pegou a foto e sem
titubear respondeu...
- Acho que sim, era sim...
E o bochinxo continuou como se.nao houvesse amanhã...
O novo normal..
Quem foi que falou que estudar em casa (Aula virtual) ou
trabalhar em casa ( Home office) é uma barbada é louco, bobo ou mora em um
condomínio afastado ou nunca fez nenhum dos dois.
Ou não mora em bairro é guri (a) de apartamento.
De manhã tu começa a trabalhar e passa o cara do ovo.
- Olha o ovo, bem baratinho, mais barato não há, em altos
brados com um megafone no carro...
Tu acorda o filho (s) pro café.
E ai vem o cara da melancia, em altos brados com
um megafone no carro...
Passa o cara da melancia, vem o filho e pergunta :
-Pai como é que eu explico a queda do Império Romano?
Tu consegue ou tenta explicar, isso quando não acaba em
briga, está na hora de almoçar.
Almoçamos e voltamos a labuta.
Passa o cara vendendo picolé, adivinha só?
Em altos brados com um megafone no carro.
Vem o guri e pergunta:
Pai tem uma caneta pra me emprestar (ontem emprestei
duas...)
Passa o cara vendendo saco de lixo (sem megafone) e quer te
contar uma história triste.
Em seguida passa alguém passeando com um cachorro, os
cachorros dos vizinhos enlouquecem, inclusive os teus.
Tu volta a trabalhar e vem o vendedor de alguma coisa,
perguntando se tu não quer comprar um espelho gigante.
Teu filho vem
perguntar se está na hora do lanche.
Anoitece e se tu ousar deixar a porta da frente ou uma
janela que seja aberta , aparece alguém pedindo.
Certa feita era uma hora da manhã e me apareceu uma louca
dizendo que estava chapada mas se eu desse 5 pila para ela, me jurava que era pra comprar leite pra
criança que ela trazia a tira colo.
Não dei o dinheiro dei uma caixa de leite, mas acho que
aquele inocente não sentiu nem o gosto.
Ai vem os cretinos me falar em novo normal???
E o professor te pergunta porque tu não está conseguindo
fazer as atividades de grupo.
Mas vão tomar na rodela mestra cambada de PNC, filhos de uma
vaca mocha.
O presente
Pois em uma dessas andanças atrás de presentes um
"amigo meu" resolveu comprar um presente para a esposa.
Escolhido o presente ele perguntou para o (a) moço (a) que
estava atendendo se tinha como cheirar a essência, o rapaz muito prestativo não
se fez de rogado e trouxe dois palitos de papel.
Meu amigo pega o papel na mão e cheira, cheira e já
indignado se vira para o rapaz que assustado balbuciando fala:
Moço eu ainda não coloquei o perfume...
Meu "amigo" dá uma sonora gargalhada e exclama.
Mas sou um cavalo mesmo...